quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

365 Dias Depois...


Hoje por algum motivo acordei irritado. Difícil de explicar, mas quando vai chegando o final de ano, aqui nesse mundinho de cultura ocidental, a gente vai fazendo um bando de reflexões sobre a nossa vida, sobre o ano, as pessoas que conhecemos, as pessoas que desapareceram. Não paramos de pensar nos grandes planos para o próximo ano e, ao mesmo tempo, vamos percebendo que lá se foram 365 dias em que não fizemos exatamente o que queríamos, ou que, por mais que tenhamos feito tudo que queríamos, ainda nos faltou algo que sequer sabemos bem o que foi.

Pois bem, acho que o que queríamos mesmo era estarmos nos sentindo completos, plenos. Falta uma parte de nós, ou muitas partes de nós. Na virada do dia 31 para o dia 1º estaremos felizes e tristes ao mesmo tempo. Felizes por sabermos que estamos tendo a oportunidade de um recomeço, e triste por sabermos que teremos que deixar muitas coisas para trás. Nos encontraremos nostálgicos pois nem todos os bons amigos e os bons parentes poderão estar próximos nesse momento. Há sim algo de muito mágico em tudo isso. Há uma energia de renovação e há também a compreensão que teremos mais uma batalha pela frente. Batalha essa que será contra nós mesmos e com o mundo lá fora. 

Seja como for essa entrada de ano, gostaria de dizer que aprendi que nem todos que estão próximos fisicamente estão tão próximos quanto os que distantes estão. Por esse motivo, dedico estas palavras especialmente aos meus amigos que pouco ou que nem chegaram a me ver, durante esses últimos 12 meses, presente em suas vidas de forma física.  Saibam que, mesmo assim, estiveram inegavelmente presentes na minha vida. Não citarei nomes, pois há aquele ditado "quem é de verdade, sabe quem é de verdade".

Espero que possamos nos ver mais e nos comunicarmos mais em 2011. Lembrem-se de pararem para refletir. É importante sabermos quem realmente carece e merece nosso precioso tempo.

Amigo não é aquele que está perto 24 horas, mas aquele que resiste ao tempo e a distância se caso for, sendo, em cada reencontro, sempre saudado com a energia e a amizade da última vez. Isso chama-se transcender ao banal, é estar em um estágio onde o perecível é inexistente e as nossas relações se concretizam eternamente no que chamamos de existência.

Um grande abraço a todos e qualquer coisa é só dar um grito. ;-)