terça-feira, 11 de maio de 2010

Onírico


Talvez nem tão certo...
Ou nem tão errado...

Um destino semi afável que nos envolve,
Nos encobre, ora lama, ora flores.

Dívidas inexistentes de cabeças pequenas.
Velhos sonhos largados para trás...

Velhas crianças que brincavam de carrinhos,
Senhoras que tricotavam e embalavam-se em cadeiras de balanço.

E você se depara com a realidade de que uma vida são muitas vidas vividas.
E muitas delas duram muito pouco tempo para apenas uma.

Então se vão os avós e os amiguinhos da rua...
O cão e o gato...

E por fim se vamos nós, para que fiquem os filhos e netos de um sonho "realidade" que é mais onírico que o próprio onírico um dia conheceu.

Muitas vidas (certas e erradas), bem e mal vividas, em uma vida só. Nosso precioso tempo que com o tempo faz não valer o dinheiro que o compra.

E a ironia letal:

"Hoje, onde se vive mais, é onde morremos todos os dias"


Estrelinhas II


E como o sol, a verdade nascia e brilhava, desaparecendo com a escuridão da ignorância, da falta de conhecimento, da falta de entendimento, onde, sem enxergar, confiaríamos apenas em nós mesmos. As crianças saíam de suas casas seguras por aquela luz, e brincavam aquecidas por ela. Admiravam-na até o último momento e desviavam os olhares dela quando ela atingia seu ápice do meio-dia. Tão bela que constrangia. Tão verdadeira e forte que podia nos deixar cegos. A estrela-guia de nossas vidas, que iluminava todos os caminhos. Luz e energia.

E se alguém lhe desse as costas, veria apenas sua própria sombra. E um ser pequeno mais abaixo agradeceria pela sombra, refresco da vida, descanso da incandescente luz. A sombra que lhe permitiria enxergar mais para o além, não ferindo seus olhos, nem perturbando a visão.

E se esse ser desse as costas e essa sombra, creria que ela iria continuar dando essa sensação de bem estar, encobrindo-o.

Para agüentar a luz intensa da verdade, deve-se estar preparado para vê-la brilhar no nosso céu todos os dias.

E acreditar que pode-se viver apenas de escuridão é acreditar que não existe nada mais além que faça a sombra querida se materializar no chão.


terça-feira, 4 de maio de 2010

Fluídos de Uma Mente Inspirada



Não é para os amantes os dias sombrios,
nem as plumas da noite que o elevam,
há os dias guardados de solidão e amor
que se reserva debaixo da cama onde é
sempre dia, onde há campos floridos debaixo
do vestido daquelas que o entram.

Não há sossego para os que tentam
entender seus corações de assombro e
rebeldia, onde seu mundo de sedução
os mantém preso entre sorrisos, dinheiro
e luxúria, pronunciando a mentira
dos lábios beijados na sua própria boca.

A sua única verdade vivida, é a mentirosa
que possui sua mente, seus dias ocos pelas ruas
ouvindo seu silêncio, tentando esquecer o passado
os fantasmas do coração, os sentimentos que assombram
seus dias pairando folhas onde rabisco lágrima,
sorrisos, abraços deixados para trás, enfeito letras
mudando a paisagem de um papel que é oco, vazio
e assombrosamente branco de tanta verdade, porém
fantasioso, nela faço o meu mundo.