segunda-feira, 27 de julho de 2009

Aprendi

“Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém.

Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.

Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.

Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.

Que posso usar o meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.

Eu aprendi... Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida.

Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.

Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência.

Mas, aprendi também que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.

Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles.

Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.

Aprendi que perdoar exige muita prática.

Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.

Aprendi... Que nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.

Aprendi que posso ficar furioso, tenho o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.

Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.

Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, e que eu tenho que me acostumar com isso.

Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.

Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.

Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto;

Aprendi que numa briga preciso escolher de que lado eu estou, mesmo quando não quero me envolver.

Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.

Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida.

Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.

Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.

Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério.

E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.

Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.

Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.”


sábado, 25 de julho de 2009

Mulherão

Sentir-se amado

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.

Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Até Agora, E Enquanto Sentir

Meu coração está esprimido
Quer falar alto, mas se cala
Pois sabe que meus ouvidos temem o silêncio como resposta

Minha cabeça quer erguer-se
Pois necessita mirar além do chão
Mas meus olhos temem não encontrar mais ninguém em sua direção

Minhas mãos querem tocar
Nessecitam de algo para segurar, se agarrar
Mas todas minhas células temem que o contato seja interrompido.
Quebrado, violado.

Meus braços já gritam por abraçar
Pois querem o calor afetuoso que os dá a vida
Mas temem abrirem-se e nada sentirem além do gélido ar.

Minha mente quer encontrar as respostas que tanto busca
A necessidade de contentar-se com a fria razão.
Mas teme descobrir que as perguntas já foram, todas, respondidas.
E outras, escondidas.

E, por fim, Minha Alma! Esta quer amar.
Porque amar é a única razão que encontra como resposta
Mas, Esta, ao contrário dos demais, nada tem a temer.

Pois não necessita, falar, olhar, tocar ou encontrar.
Necessita apenas Sentir.
Apenas Amar.


terça-feira, 21 de julho de 2009

Frase do Dia

"Todos os caminhos conduzem ao mesmo objetivo: comunicar aos outros o que somos. Devemos atravessar a solidão e a dificuldade, o isolamento e o silêncio, a fim de chegar ao local encantado onde podemos dançar nossa dança desajeitada e cantar nossa canção Melancólica - mas nessa dança ou nessa canção são cumpridos os ritos mais antigos de nossa consciência, na percepção de sermos humanos e de crermos em um destino comum"

sexta-feira, 17 de julho de 2009

"Mel" Mal

Meu amor é cara dura
Escudo, espada, cavalo
Meu amor é puro, escuro.

Meu amor é o engano
Mentira e ilusão.

Meu amor se acha o tal
Meu amor é hipócrita
Medo da verdade, medo da moral

Consegue ver o futuro
Meu amor deturpa a real
Meu amor destorce meu bem, "mel" mal!

Meu amor é só meu
Um amor de verdades
Meu amor é mesmo assim

"Pó de pimenta, bum de espoleta"

Mascarado da solidariedade
Face oculta da verdade

É, meu Amor...


quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Estação de Trem

Depois de quase uma semana inteira de reflexões profundas, relembrando incessantemente momentos bons e ruins de toda a minha vida, pensando num futuro promissor e num passado aconselhador, cheguei, não no clímax da minha dor, mas no primeiro degrau de sua jornada. A vida é uma filha-da-puta, e puta sem vergonha. Opa! Desculpe pelos palavrões... Mas é verdade! E Não estou ofendendo a vida não, muito pelo contrário. Caralho! Tiro meu chapeu pra essa velha safada e esperta que é a vida. Tiro e tirarei muito mais vezes.

Se o mundo é governado por leis da física, química e biologia. Também é governado pela lei da vontade divina para com toda a sua criação. Quando um amigo me perguntou o que eu faria a respeito da minha atual dificuldade, eu lhe disse que não sabia. Mas que tinha medo de descobrir tarde demais. Ele então me indagou - Rogers, o que é "tarde demais"? - A primeira resposta que me veio à cabeça foi a mais óbvia - Saber o que fazer quando não mais adiantasse saber. Porém, ao responder aquilo eu senti que havia algo muito claro, porém, algo que as vezes passa batido por nós. Meu amigo me olhou e disse - Então! Não foi tarde demais, pois tu só obteve a sabedoria que precisavas no momento em que estava preparado para obter. Tarde demais seria se tu pudesse ter obtido antes. Mas isso é impossível, pois só obtemos as respostas que procuramos no certo e exato momento que podemos obter!

A Vida é inteligente! Tudo está, de certa forma, preparado para nós. Se alguém cruzou o teu caminho um dia, não foi a toa. E se este mesmo alguém cruzá-lo novamente, ainda menos será à toa. A Vida tem mistérios que a própria razão desconhece, e ensina para cada um as mesmas coisas em diferentes tempos, e através de diferentes métodos.

Aprendi com ela que se hoje me encontro aqui, é porque aqui devo estar.

Aprendi que mesmo que eu consiga calar essas palavras, a vida continuará a me atormentar com elas no pensamento.

Aprendi que mesmo que eu queira muito algo, este algo só chegará até mim se for para o meu bem estar. Se tiver um propósito maior.

Aprendi que a vida, assim como o mar, leva o que era necessário levar, e só devolve quando for necessário devolver. E se for!

Aprendi que mesmo que eu implore para que se apressem as horas, nada acontecerá. A vida é mestre e sabe que as horas passam na velocidade que devem passar!

Aprendi também, que na vida, temos que ter calma e paciência. Porque as respostas que tanto buscamos só vêm à medida em que estamos preparados para recebê-las. Nada acontece fora de seu tempo.

Nada foge de seu trilho. E tudo que acontece, acontece sobre ele.

É como andarmos todos num vagão de trem. Podemos querer que ele páre. Mas ele só parará na estação no momento em que ela chegar. Nem antes, nem depois. E mesmo que queiramos brigar com a vida e consigamos saltar pela janela, ainda assim, só chegaremos até a estação no momento em que ela chegar.

A diferênça é que, aqueles que manterem-se pacientes, chegarão de trem. Os outros, a pé.

Por muito tempo pensei que podia guiar meu próprio vagão e fazer minha própria trilha. Mas me enganei! Posso apenas fazer o que quero, dentro do vagão que me conduz.

O caminho é somente um, e, por ele, todos passaremos. O que muda é a maneira como vamos passar: Uns em pé, alguns sentados, e outros, sozinhos... Caminhando pelo deserto, como me encontro agora.

"A vida nos leva pra onde temos que ir. E nada é definitivo, pois o trem, assim como o mundo, dá voltas e passa várias vezes"

Quando se sentires perdido e só, como eu, apenas feche os olhos e confie na vida. O que for pra ser, será. A vida pode até ser filha-da-puta, mas é uma filha-da-puta boa, pois SEMPRE nos ensina e nos mostra o caminho através de grandes surpresas!

Ps.: Não serei eu que irei lutar contra o que a vida me faz sentir. Se ela me faz isso, é porque isso se faz necessário em minha vida.


segunda-feira, 6 de julho de 2009

O Destino - Di Ferrero

A vida inteira esperei uma resposta
É engraçado como tudo aconteceu
Quando parei de esperar...

Minhas escolhas me trouxeram até aqui
De alguma forma já sentia isso antes
Então era pra acontecer

O destino me fez ir embora
O tempo vai nos dizer quem é quem
Pode não ser o fim da nossa história
O destino me trouxe até aqui
Minha intuição me diz pra continuar
E seguir meu coração

Sei que não posso controlar o tempo
Tão pouco posso controlar meus sentimentos
Mas fico feliz só de te ver
Palavras certas podem consertar um erro
Mas são os erros que fazem as palavras
Viverem para sempre!


sexta-feira, 3 de julho de 2009

Rosar!




É como diriam as rosas, uma breve brisa a ventar
É como se nada houvesse e lá ela estivesse a esperar

Rosa como não rosar?

É rosa não vermelha
Lá ela esperará até secar
Enquando não ventar, não se despedaçará
E quando o sol bater, lá irá murchar

Rosa, rosada, não vermelha , mas rosa de ar
Rosa de mar, de amar... lá irá passar!
E se o inverno chegar, congelará
Mas nem isso a poderá tirar
O rosa mais rosa que já florecera

Entre a estações ela irá passar
Os dias sozinha a esperar, e esperar...
Quando o sol a iluminar, no verão ela estará
Da cor mais viva de todas
Antes de então se enterrar, e ao chão cair

Um riso alto irá soltar enquanto as petalas despedaçar
E mesmo assim, lá, para sempre irá ficar

Pois o eterno, mais do que isso, eternizará o seu rosar!
E nem isso a fará esquecer, aquilo que um dia, eternizou o seu amar!



quinta-feira, 2 de julho de 2009

A História dos Habitantes da Caverna de Platão

"Imagine um grupo de pessoas que habitam o interior de uma caverna subterrânea. Elas estão de costas para a parede e acorrentadas no pescoço e nos pés, de sorte que tudo o que veem é a parede da caverna. Atrás delas ergue-se um muro alto e por trás desse muro passam figuras de formas humanas sustentando outras figuras que se elevam para além da borda do muro. Como há uma fogueira queimando atrás dessas figuras, elas projetam sombras bruxuleantes na parede da caverna. Assim, a única coisa que as pessoas da caverna podem ver é este "teatro de sombras". E como essas pessoas estão ali desde que nasceram, elas acham que as sombras que veem são a única coisa que existe.

Imagine agora que um desses habitantes da caverna cosiga se libertar daquela prisão. Primeiramente ele se pergunta de onde vêm aquelas sombras projetadas na parede da caverna. Depois consegue se libertar dos grilhões que o prendem. O que você acha que acontece quando ele se vira para as figuras que se elevam para além da borda do muro? Primeiro, a luz é tão intensa que ele não consegue enxergar nada. Depois, a precisão dos contornos das figuras, de que ele até então só vira as sombras, ofusca a sua visão. Se ele conseguir escalar o muro e passar pelo fogo para poder sair da caverna, terá mais dificuldade ainda em enxergar devido à abundância de luz. Mas depois de esfregar os olhos, ele verá como tudo é bonito. Pela primeira vez verá cores e contornos precisos; verá animais e flores de verdade, de que as figuras na parede da caverna não passavam de imitações baratas. Suponhamos, então, que ele comece a se perguntar de onde vêm os animais e as flores. Ele vê o Sol brilhando no céu e entende que o sol dá vida às flores e aos animais da natureza, assim como também era graças ao fogo da caverna que ele podia ver as sombras refletidas na parede.

Agora, o feliz habitante das cavernas pode andar livremente pela natureza, desfutando da liberdade que acabara de conquistar. Mas as outras pessoas que ainda continuam lá dentro da caverna não lhe saem da cabeça. E por isso ele decide voltar. Assim que chega lá, ele tenta explicar aos outros que as sombras na parede não passam de trêmulas imitações da realidade. Mas ninguém acredita nele. As pessoas apontam para a parede da caverna e dizem que aquilo que veem é tudo o que existe. Por fim, acabam matando-o.
" - Jostein Gaarder - O Mundo de Sofia.

O experimento de Platão claramente ilustra as limitações na compreensão e na apreciação das coisas que estão fora dos limites do nosso universo. Se uma limitação é inerente por causa da estrutura física do corpo ou da maneira de pensar da mente, como podemos contornar isso? É muito difícil convencer as pessoas a pensarem sobre a realidade de um modo diferente, se elas não são capazes de percebê-la, ou se já possuem uma opinião formada. Como se explica as cores para uma pessoa que já nasceu cego, ou uma música para uma pessoa surda, ou um sentimento para uma pessoa que nunca o vivenciou?

A realidade é extremamente subjetiva e pessoal, assim como qualquer outro tipo de contato, pensamento, ou qualquer outro tipo de relação que se tenha com o mundo exterior. O que somos capazes de codificar como realidade é apenas aquilo que nosso cérebro experimentou ao longo de nossas vidas. Por isso nunca duvide quando uma pessoa lhe disser que não acredita na maldade alheia. Talvez a maldade tenha feito parte da sua realidade, mas não significa que fez parte da realidade dela. Talvez essa pessoa acredite sim na possibilidade de uma mudança na humanidade, por talvez ter visto as pessoas a volta dela mudarem com o tempo. Ou, até mesmo quem sabe, ela acredite na felicidade plena e um dia irá encontrar alguém que também acredite, e essas duas pessoas viverão essa felicidade até o dia em que descubram a tristeza. Mas o importante é que enquanto isso não fizer parte da realidade delas, isso não terá a mínima possibilidade de existir.

Geralmente quando nos deparamos com pessoas que acreditam em realidades diferentes das nossas, nós, e essas pessoas, temos a mania de julgar saber mais sobre a vida do que o outro mas, na verdade, apenas sabemos coisas diferentes a respeito das mesmas ou diferentes coisas. O que ocorre é um conflito de realidades onde, se não houver flexibilidade e disponibilidade para se verificar a real existência da realidade alheia, acaba-se por se assassinar ambas. Não diga para uma pessoa que um dia ela verá como você vê. Pois isso não ocorrerá necessáriamente, a não ser que você consiga fazê-la vivenciar o você vivenciou.

Jamais julgue uma minhoca por cavar e viver em buracos, pois ela não tem teus olhos para ver que existe muito além do chão em que vive. Assim como jamais julgue a realidade do outro que tem olhos para ver mas não tem a tua sensibilidade para ver diferente!