quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

"Então É Natal, E o Que Você Fez?"

Como já diz na música, "Então é Natal" e é chagada a hora de tantas retrospectivas mentais, o ano está no fim e um novo renascerá dentro de poucos dias. E eu fico aqui me perguntando, "o que você fez"?

Conta aí como foi seu ano, o que você aprendeu, conheceu alguém?, se despediu de alguém?, correu muito?, c
omprou muitas coisas?, estudou demais?, trabalhou muito?, atingiu seus objetivos?, se frustou?, teve surpresas?, venceu barreiras?


Um Breve Resumo...

Um ano excepcional, de muitos tropeços, algumas quedas e grandes aprendizados. Assim eu poderia definir 2009. Cemeçando com um ano novo acampado na praia, seguido da minha formatura da fa
culdade - onde deixei para trás três anos maravilhosos com pessoas diversas (algumas que permanecerão no meu coração e lembrança para todo o sempre). - Em fevereiro um passeio inesquecível com o melhor amigo pelos cantos da grande São Paulo, onde nos divertimos muito, rimos e vimos muitas coisas. Não dá pra esquecer a viagem com o namorado para Arraial do Cabo e Búzios, no carnaval - "vistas e sensações" interessantíssimas no alto da colina, seguidas por um quase assalto com direito à perseguição policial. O ódio pelo risco corrido misturado com a adrenalina pura, pós sexo. Um dia inesquecível, sem dúvidas maravilhoso.

Depois vieram março, abril e maio. Três m
eses que despertaram a angústia dentro do meu corpo, a insegurança e a falta de sensatez. De um estudante universitário de cinema para um simples jovem desempregado, como tantos, dependentes de pai e mãe. Daí chegou a época das "vacas magras" e os atolamentos em dívidas. Cortes nas mordomias de um filho único muito mal acostumado. Depressão e sentimento de impotência e incapacidade de alguém que nunca precisou caminhar sozinho pelas próprias pernas. - As lições que demoram mas vem com o tempo, mais cedo ou mais tarde. Crianças mimadas amadurecem na marra.

E então Junho chegou trazendo meu aniversário. Ainda que alguns tivessem faltado, os bons velhos amigos de sempre compareceram. E nada me faz mais feliz que as verdadeiras amizades. Nada! Pois por mais que se saiba que um dia chegará a hora de cada um seguir rumos diferentes, sempre fica na lemb
rança aqueles dias de glória coletiva. Aí vem a surpresa: quando menos se espera, lá estão eles, os mesmos e de sempre, prontos para um abraço, para uma verdade na cara. Para me fortalecer no pior dos momentos. E eis que vem também o dia dos namorados, o ciso arrancado, a cara inchada e o juízo perdido. A recepção diferente e assustadora. O estranhamento junto com o distanciamento. O sentimento de baixa estima acumulada dos meses de março, abril e maio, misturado com a dor do "Eu Te Amo" não dito. O medo, a insegurança. A sensibilidade aflorada num momento em que nenhum dos dois estavam capacidados à compreensão.

Em julho o fim...
E no fim de julho, exato dia 31, o encontro com a compreensão. Uma nova amizade feita através de mensagens engarrafad
as, de dores compartilhadas e histórias parecidas. O florecer de minha poesia tão imatura onde, cada palavra escrita, era compreendida com a mais profunda e perfeita das compreensões. Incentivos sem fim que me levaram a recuperar o bom humor pouco a pouco e a relembrar que compartilhar sempre vale a pena, que frases de apoio e carinho sempre fazem florescer e multiplicar boas relações. E assim foi Agosto, um mês de sentimentos de perdas e frustrações sendo mandado embora por uma luz radiante chamada Yu.

Setembro foi o mês de focar no trabalho. A busca pela independência, a procura pela construção de um reconhecimento e merecimento que queriam ser conquistados pelos meus próprios punhos. E o Medo. O terrível medo de estar longe de todos. Trocando cada segundo do meu tempo por dólares que me
comprariam o que? Produtos Apple? Roupas de marca? Setembro foi o mês das decisões. De declarar guerra ao destino, mostrando que as cartas do baralho estavam erradas. Pois por mais que dissessem que minha viagem à trabalho em cruzeiros estava certa, bati meu pé e conheci o poder da decisão e livre arbítrio que cada um possui. Aprendi a enfrentar as consequências de meus atos de cabeça erguida. Só se acerta quando nos propômos a tentar, mesmo sabendo que o erro também pode fazer parte do processo. Fiquei e não me arrependo. Porque cada escolha consciente que faço me leva a um caminho com outras oportunidades. Setembro também foi o mês do reencontro. De mostrar aos outros as consequências físicas de uma "decisão corajosa". Foi o mês de perceber que aquela história de que "nada se perde, tudo se transforma" é real. Perceber que não tinha perdido um grande amor, mas sim, ganhado um grande amigo pelo qual tenho um eterno amor e imenso agradecimento.

A verdade é que nada é para sempre, exatamente porque o "Pra sempre" é muito tempo para ser para sempre o mesmo. Mas que por ser eterno, será o mesmo por várias vezes até o fim. Nada é definitivo, mas tudo pode ser recomeçado.

Depois chegaram outubro e novembro
. Meses de esquecer os números, esquecer de contar o tempo e perceber que ele não passa de uma grande alucinação coletiva. Novembro, o mês em que dei a cara à tapa e fui pegar no batente. Esquecendo a frustração de não conseguir ainda trabalhar com o que quero, mas ciente de que era necessário e justo começar de alguma forma. Ciente de que quando a pedra é muito pesada para chutar a gente tem que conquistar as ferramentas necessária para expulsá-la do caminho.

E então é dezembro. E tudo passou tão rá
pido, e... "bom, assim foi meu ano"! Mas, de repente, um tapa na cara de surpresas comparecem à minha residência, invadindo minha vida sem pedir licença, num súbito momento de surrealidade cinematográfica. Um boteco, três pessoas, um narguilé e dez minutos de silêncio e muita fumaça. Sushis, Sashimis e Cia. Muita chuva, um taxi, três mãos dadas e mensagens efusivamente impactantes.

E no final? Bem... No final, a gente descobre que o fim é outra das tantas alucinações coletivas que temos, pois, na verdade, o que vem são mais e mais inícios, novas descobertas, algumas redescobertas, muitos apredizados, alguns enigmas e "pontos de interrogação" a serem desvendados, problema
s novos, pessoas que chegam, que partem e algumas que voltam. É um eterno vai e vem num doce desespero de perde-se e maravilhosa sensação de, quem sabe, um dia reencontrar-se...

E não importa quanto o tempo finja passar na frente dos meus olhos, eu ainda vou odiar algumas coisas, e amar todas as outras, e são tantas...





Como diria um amigo especial:
"Eu odeio, mas amo vocês antes de tudo"


Um próspero ano novo em todos os novos anos de suas vidas.
Até daqui a pouco.



Agradecimento especial pras pessoas que participaram comentando e me ajudaram a dar vida a este espaço. Sem vocês o Plumbum perderia o sentido de existir!

Obrigado:
Érica, Yuri, Celso e Ayanne (Pequena Ya).


Sejam bem-vindos sempre:
Odir, Jean, Pedro, Luciano, Rafael e Daniel.


5 comentários:

  1. Na vida, só existe um ponto final, a morte. Podem existir vírgulas, reticências... mas no fim, a obra prima termina com um simples pontinho..mas até lá... muitos sinais aparecerão !!!!!!!

    Bjokas =)

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  2. =D

    Sem agradecimentos, foi sempre um prazer ler e poder participar da tua arte!!

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  3. Obrigado Rogers...

    Felicidades a todos nós que aqui escrevemos e aos que leem.

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  4. "Há várias maneiras de dizer CIAO.
    Há várias formas de se ouvir um adeus.
    O silêncio da boca seca.
    O grito desesperado da falta.
    Em todos os CIAOS residem o reinício."

    Me fez lembrar o ultimo parágrafo do seu post...=P

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  5. Sempre é tão difícil p mim dizer CIAO... Até mesmo aqui nos meus posts é complicado parar de escrever e escrever... O último ponto final sempre é difícil de ser pontuado... Talvez porque a gente acha que é o final para sempre. Mas na realidade é apenas uma pausa maior até o dia seguinte, onde escreveremos muitas coisas mais.

    ...E como é bom escrever coisas novas! =)

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