quinta-feira, 3 de junho de 2010
Cartas a Quem Possa Interessar - III
Há dias em que sinto falta do cheiro da infância,
Do calor maternal,
De puxar o bigode do avô.
Dias em que sinto falta do pão quentinho saído do forno à lenha, naquelas manhãs frias.
É a falta do gosto do Nescau.
Do quentinho do edredon, misturado a frio do inverno.
Do velho chinelo de andar pela casa.
Da paz de espírito de uma criança.
Ah! Quem dera ter oito, e um futuro brilhante pela frente.
Uma mãe e um pai, e, quem sabe, avós para sempre?!
Sinto falta mesmo é da liberdade de se poder ser somente eu e nada mais...
Do tempo de se ter tempo,
E da vida de não se sentir faltas...
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Sem dúvida tuas linhas mais sensíveis e mais delicadas.
ResponderExcluirÉ ótimo poder sentir o coração do escritor através da escrita, ótimo e admirável...pois tens um dom raro.
Parece papo de fã..mas enfim...eu sou um fã mesmo!! rsrs
O cheiro da infância... Não consigo lembrar do da minha. Embora pareça triste, me enche de nostalgia.
ResponderExcluir"Do tempo de se ter tempo,
ResponderExcluirE da vida de não se sentir faltas..."
Faço dos teus, os meus versos também.
Belo!
Antigamente tinhamos mais tempo para sonhar. Por incrível que pareça, o mundo que hoje chamamos de injusto e de descolorido, é o mesmo mundo que acolheu, acolhe e acolherá crianças doces como as que nós um dia fomos. Só mudamos nossa percepção.
ResponderExcluirPor incrível que pareça, aqueles adultos que nos diziam para aproveitarmos nossa infância são os mesmos que hoje querem que façamos algo e paremos de chorar pelos cantos.
Temos tantas coisas dentro de nós que não conseguimos achar por ser um imeeenso labirinto, então preferimos nos limitar...
É como AMPUTAR a infância... Vc sente akela parte cortada, mesmo que ela não esteja mais com você. E mesmo que ela não esteja mais com vc, ela ainda está em você.