domingo, 23 de janeiro de 2011

Céu de Baunilha


A vontade que tenho é de amar-te ao contrário.
Beijar-te dos pés à cabeça,
Concentrar-me na boca e nos joelhos.
Olhando de costas para ensaiar
uma chegada em cada partida.

Convidar-te para um jantar onde a comida
foi substituída por carícias.
Um piquinique onde não há praça ou toalha xadrez,
Apenas olhos e luzes e silêncio.

Quero-te à minha frente, correndo.
E para não poder alcançá-la, ficarei imóvel.
Pois só um amor ao contrário é amor,
E só o contrário do amor é completo.

Na última cena nos vejo quietos,
Cansados de correr de costas um para o outro.
Deitados em um céu de baunilha,
Admirando lá em cima a verdura da grama!






sábado, 22 de janeiro de 2011

Adiós


Ojos como agujeros negros,
Cabellos como fantasmas de viento
Y cuerpo medio humano, medio tiempo.

Vino a mi vida como un regalo de los dioses,
Llenó mi alma como agua de salto,
Como libro de Pablo
O como voces de niños.

Robó de mis dias las planuras,
Hizo de mis manos aventuras
Y de mi corazón hizo un esclavo.

No sé si te bendigo o te destruyo.
Si lloro o si me pierdo en el oscuro.

Ya no sé si te quiero o si me quiero,
Pero tengo sed
Y agua no hay más en tu desierto.

Compreendes ahora cariño?
Porqué traigo en las manos tanta sangre?

No llores por favor,
No hay razón.
Es la hora de seguir la carretera
Y compreender que a su manera, cada quien mata la pasión.


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Um Mundo Selvagem?


Não apenas mais uma música de sentimentos amorosos ou de paixão, mas uma música de Cat Stevens (Yusuf Islam). Fala do sentimento de deixar partir, esperando o melhor para aquele que parte. Nem sempre isso é possível de se desejar à alguém que nos abandona (ou que assim pensamos ser). Poderia ser uma música de um namorado à sua namorada mas poderia ser também a música de um pai à uma filha. O mundo está aí fora, com possibilidades, dificuldades, incertezas, desafios, e muitas coisas maravilhosas para se descobrir, sendo algumas, descobriremos mais tarde, terríveis.

Algo que eu insisto sempre é que nós, vocês e eu, fazemos o mundo acontecer. Se o mundo um dia partir seu coração em dois, ou fazer com que seja difícil manter um sorriso, lembre-se que você ajudou a construir esse momento.

Se os outros preferem fazer os outros chorarem, eu, mesmo assim, continuarei a tentar fazer os outros sorrirem. Independente de quantas lágrimas derramei, ainda assim, há coisas muito mais importantes do que nossas tristezas e que precisam de nossa atenção.

Se um dia vocês tiverem que partir para algum lugar, lembrem-se da música e "Take good care". Apreciem.






















Obs.: video de 1976, música lançada em 1970.

Now that I've lost everything to you
You say you wanna start something new
And it's breakin' my heart you're leavin'
Baby, I'm greavin'

But if you wanna leave, take good care
I hope you have a lot of nice things to wear
But then a lot of nice things turn bad out there

Oh, baby, baby, it's a wild world
It's hard to get by just upon a smile
Oh, baby, baby, it's a wild world
I'll always remember you like a child, girl

You know I've seen a lot of what the world can do
And it's breaking my heart in two
Because I never wanna see you a sad girl
Don't be a bad girl

But if you wanna leave, take good care
I hope you make a lot of nice friends out there
But just remember there's a lot of bad and beware

Oh, baby, baby, it's a wild world
It's hard to get by just upon a smile
Oh, baby, baby, it's a wild world
I'll always remember you like a child, girl

Baby, I love you
But if you wanna leave, take good care
I hope you make a lot of nice friends out there
But just remember there's a lot of bad and beware

Oh, baby, baby, it's a wild world
It's hard to get by just upon a smile
Oh, baby, baby, it's a wild world
I'll always remember you like a child, girl


Uma Observação


Sabemos que há alguns milhares de anos, surgiriam pelas voltas do Mediterrâneo tribos invasoras, bélicas, patrifocais e "ativas" que hoje seriam denominadas por indo-europeus. Esses povos, dotados de um conhecimento científico e muito mais "evoluído" trouxeram consigo a domesticação de alguns animais bem como o uso da tecnologia do ferro e do bronze a posteriori. Contrastariam com as culturas até então agrárias, pacíficas e matrifocais, mas "primitivas" ou "involuídas" do Neolítico.

Hoje sabemos que nosso modelo de vida Ocidental e judaicocristão pode encontrar aí suas mais profundas raízes. A cultura da expansão, do domínio e do poder é somada a uma visão de mundo onde prevalece a guerra e a força. Já não se reverencia uma mãe que abraça seus filhos, mas o pai que os encoraja à conquista e a batalha. Assim, Deus também torna-se Pai, um Pai Guerreiro, Vitorioso e Rei que exige sempre mais e mais dos seus filhos súditos.

Milhares de anos depois do choque cultural causado por estes homens montados a cavalo que rompiam com a tranquilidade das famílias pastoras, hoje vivemos em uma sociedade autodestrutiva e com prazo de validade. A Terra em que pisamos já não é importante, por isso já conquistamos seus mais recônditos lugares usurpando suas bênçãos e beneces, com uma respectiva visão de mundo sempre linear onde a vida é entendida como uma linha infinita e sempre fértil. Aqui, a vida é bela, a morte é feia.

Em breve, chegará o tempo em que os homens olharão para trás e se darão conta do absurdo que cometeram. Paricularmente, já acho tarde para mudar o mundo. Como neopagãos, acho que, antes de mais nada, devemos procurar mudar o nosso próprio mundo, bem como a maneira de lidar com ele. Mudar o dos outros, é natural e consequente. Mas uma coisa de cada vez. E isso é só uma pequena e curta observação de que muitos dos nossos problemas (entendamos eles como fatos ou interpretações) não são de curta, mas de longuíssima-duração histórica.