Sabemos que há alguns milhares de anos, surgiriam pelas voltas do Mediterrâneo tribos invasoras, bélicas, patrifocais e "ativas" que hoje seriam denominadas por indo-europeus. Esses povos, dotados de um conhecimento científico e muito mais "evoluído" trouxeram consigo a domesticação de alguns animais bem como o uso da tecnologia do ferro e do bronze a posteriori. Contrastariam com as culturas até então agrárias, pacíficas e matrifocais, mas "primitivas" ou "involuídas" do Neolítico.
Hoje sabemos que nosso modelo de vida Ocidental e judaicocristão pode encontrar aí suas mais profundas raízes. A cultura da expansão, do domínio e do poder é somada a uma visão de mundo onde prevalece a guerra e a força. Já não se reverencia uma mãe que abraça seus filhos, mas o pai que os encoraja à conquista e a batalha. Assim, Deus também torna-se Pai, um Pai Guerreiro, Vitorioso e Rei que exige sempre mais e mais dos seus filhos súditos.
Milhares de anos depois do choque cultural causado por estes homens montados a cavalo que rompiam com a tranquilidade das famílias pastoras, hoje vivemos em uma sociedade autodestrutiva e com prazo de validade. A Terra em que pisamos já não é importante, por isso já conquistamos seus mais recônditos lugares usurpando suas bênçãos e beneces, com uma respectiva visão de mundo sempre linear onde a vida é entendida como uma linha infinita e sempre fértil. Aqui, a vida é bela, a morte é feia.
Em breve, chegará o tempo em que os homens olharão para trás e se darão conta do absurdo que cometeram. Paricularmente, já acho tarde para mudar o mundo. Como neopagãos, acho que, antes de mais nada, devemos procurar mudar o nosso próprio mundo, bem como a maneira de lidar com ele. Mudar o dos outros, é natural e consequente. Mas uma coisa de cada vez. E isso é só uma pequena e curta observação de que muitos dos nossos problemas (entendamos eles como fatos ou interpretações) não são de curta, mas de longuíssima-duração histórica.
Por Odir Fontoura
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