domingo, 10 de janeiro de 2010

Baioque


Quando eu canto, que se cuide quem não for meu irmão
O meu canto, punhalada, não conhece o perdão


Quando eu rio

Quando eu rio, rio seco como é seco o sertão
Meu sorriso é uma fenda escavada no chão


Quando eu choro

Quando eu choro é uma enchente surpreendendo o verão
É o inverno, de repente, inundando o sertão


Quando eu amo

Quando eu amo, eu devoro todo meu coração
Eu odeio, eu adoro, numa mesma oração, quando eu canto.
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