segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Compreensível Desestado das Coisas


Complicado quando as fases mudam e nossas vidas seguem rumos inesperados. Somem, então, os personagens principais de uma história para que se criem outros, vindos de outros povos e nações.

Intrigam-se aqueles que se afetam com as mudanças. "O motivo pelo qual vivias era o motivo pelo qual me fazias viver". Mentirinhas coloridas como balas alucinógenas e pinceladas com a dureza fria da tinta das verdades...

(Felicidade como um estado temporal daqueles que ainda possuiam sentidos. E me pergunto: haveria alguém já visto alguma vez a felicidade de uma árvore?)

...E as pinceladas se tornavam cada vez mais sobrepostas ao colorido natural e fantasioso de um pobre bobo da corte. Se choravas era emocional. Se compreendias, ou o deixavas de fazer, eras demasiadamente racional.

Quebrou-se, então, o pincél e rasgou-se a tela ao meio. Comprou-se novos! Cada qual dentro de suas possibilidades de ser. Jamais se esqueceram de suas mais belas artes perdidas. Do tempo que as pincelaram. Do tempo que as foi empregado. E do tempo que fizeram parte de uma mesmo tempo.

E, assim, intrigaram-se aqueles que deixaram de se afetar pelo tempo, e as razões pelas quais, um dia, foram motivo de luz.

Complicado! Complicado quando as faces mudam e tornam-se ocultas. Mas compreensíveis! Compreensíveis os seus motivos de serem. A vida que segue rumos sempre rumará por caminhos diferentes. Pois, se, não os fossem, deixariam de ser rumos para tornarem-se, tão somente, estagnação.

E o bobo falou!

"Mostra-te ao mundo como és e te chamarão de louco. Esconde-te de ti mesmo e enlouquecerás"

Texto por: Robson Rogers
Pintura por: Iman Maleki

2 comentários:

  1. "Você passa tanto tempo se escondendo que um dia chega o ponto de não saber mais quem é!"

    Tuas linhas me fizeram lembrar de forma indireta essa frase do filme Tempestade de Verão.

    Se ainda não assistiu fikdik...uma história tão linda e sensível quanto tuas lindas!!

    Sempre um prazer te ler!!

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  2. "- Gato Cheshire...quer fazer o favor de me dizer qual caminho eu devo tomar?
    - Depende muito do lugar para onde você quer ir... - disse o Gato.
    - Não me interessa muito para onde... - retorquiu Alice.
    - Nesse caso, pouco importa o caminho que escolher. - disse o Gato.
    - ...contanto que eu chegue a algum lugar- completou Alice como uma explicação.
    - Ah, disso pode ter certeza- disse o Gato- desde que caminhe bastante."


    Tanto o seu texto ( belo texto que estimula muito e muitosos meus pensamentos, mas esse ponto dos "rumos" foi o que mais me chamou atenção =P)e o trecho do Lewis,me remete a reflexão que a vontade de chegar sempre a algum lugar , sem se importar onde e o porque...fazem com que as a vida seja "mentiras sinceras" e com sabor de chiclete , que essa busca sem consciência é que seja a doença que faz os bobos da corte de palhaços ( sentido ruim da palavra) e que os " loucos " que sejam os doentes...Enfim, seu texto me provocou um branistorm de pensamentos...ainda estou refletindo suas linhas...

    ... que bom que elas voltaram...hehehe...elas me inspiram!

    Bjus ^^

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