sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Ciclos


Vivo perdido
No inconsciente
Sentido de existir

Vivo a escutar
As mesmas vozes
No instinto de matar

Morrendo no tempo
A cada passo que passo
Em dúvidas vívidas de mentir

Calo e me mordo
Nas noites infinitas
Procurando machucar

Morto, Calado,
Vivo, mas,
Ainda assim,
Vivo mais.



5 comentários:

  1. Esse poema é tão noturno, quase como um pedido mudo de socorro, com a perda da lucidez.
    Mas por outro ângulo, é poema perfeito para quem gosta de vampirismo (sou um deles).
    A luta entre se tornar um monstro por instinto ou manter o coração humano ainda quente. Com essa batalha interna, nos perdemos na noite infinita em busca de algum sentido para os ciclos intermináveis.

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  2. Acho que sim. Mas acredito que mais uma ânsia noturna. A ânsia de se fazer algo quando não se pode nem mesmo sair de entre quatro paredes. Morde-se para calar os gritos. Machuca-se e se mente para continuar vivo.

    Obrigado pela tua reflexão.

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  3. Te entendo, quem nunca quis romper as paredes durante as noites de tédio, ou de angústia?...
    Quem nunca sentiu essa ânsia de respirar o ar noturno, na esperança de quem sabe, encontrar um novo fôlego para a vida.
    Entendo melhor agora, as mentiras e auto-mutilações que somos forçados a fazer todos os dias para continuarmos vivos.

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  4. Curioso isso que falaste a respeito de mentiras e auto-mutilações... Só me pergunto como você está, agora, melhor compreendendo isso. Me refiro à forma de compreensão... Bem curioso.

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  5. Acho que o poema trata de sentimentos humanos... Se eu interpretar o morder como uma metafóra. É o sentimento de insatisfação, de incopletude, de vontade de gritar, de mudar de vida... Quando você quer fugir,só não sabe para onde..e nem o porquê de tentar fugir.
    Mas é sentindo isso que tornamos humanos melhores...Quando questionamos a nós mesmos !

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