Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente,
sempre sabe exatamente quando termina [...] Ou quando começa:
certo susto na boca do estômago. Como o carrinho da montanha-russa,
naquele momento lá no alto, justo antes de despencar
em direção. Em direção a quê?" ( Caio F.)
Teria terminado, então. Porque em nós , alguma coisa dentro de nós , delimita o fim. Os cumprimentos, as respirações sentidas , o gosto não sentido da boca do outro ... um dia , enfim, perde o encanto, o fascínio. Aqueles mesmos corações que palpitavam a mínima cogitação de surgir em palavras do outro ... já não bate tão rápido. Aquele segundo interminável do desejo , virou pó.
Tínhamos começado, então. Um "oi" tímido, máscaras para se esconder - cautela nunca é demais. Em arroubos de emoção, expomos mais que queríamos ( mas queremos essa exposição, a desejamos ! ) As palavras sempre presentes, ditas, sentidas , compartilhadas. Ah, o poder das palavras ... È compartilhado os medos ( os mesmos que nos levaram ao fim ) , os prazeres, os sonhos . A união de quebra-cabeças parecidos , mas não iguais.
Teríamos construído , então. Um afeto que ultrapassaria a paixão . Um sentimento de admiração , influência e inspiração ( teríamos ? ). Talvez aquele sentimento que chamamos de amor ... tão sincero , tão puro , que não mede quantitativamente e sim qualitativamente. "Gosto porque gosto.Ponto final." Bastaria o "ponto final" com o silêncio da boca seca? O grito desesperado da falta? Eles se perguntam . Mas esquecem em seguida todos os questionamentos.
Teremos um futuro, então. O futuro de folhas em brancas, espalhados durante a estrada do "eu sinto" , "eu te quero" , " mas tenho medo". O sentimentos serão incertos , existirão mas não fará mais sentido nomeá-los porque o que sentiremos terá fundações profundas. O passado , será de memórias guardadas num baú enfeitado com flores de laranjeiras e perfume de jasmim. Serão recordações "bonitas" ... porque foram marcantes. A tristeza e sofrimento virarão pó e adubará o jardim de nossos corações . Por fim, o começo se realizará. Surgiríamos num encontro real , um para com outro. E em todo ENCONTRO , reside o início.
P.s. : "Minha pequena homenagem ao Caio Fernando Abreu. Um dos escritores mais marcantes na minha trajetória. Sempre presente na tristeza e nas alegrias..."
sempre sabe exatamente quando termina [...] Ou quando começa:
certo susto na boca do estômago. Como o carrinho da montanha-russa,
naquele momento lá no alto, justo antes de despencar
em direção. Em direção a quê?" ( Caio F.)
Teria terminado, então. Porque em nós , alguma coisa dentro de nós , delimita o fim. Os cumprimentos, as respirações sentidas , o gosto não sentido da boca do outro ... um dia , enfim, perde o encanto, o fascínio. Aqueles mesmos corações que palpitavam a mínima cogitação de surgir em palavras do outro ... já não bate tão rápido. Aquele segundo interminável do desejo , virou pó.
Tínhamos começado, então. Um "oi" tímido, máscaras para se esconder - cautela nunca é demais. Em arroubos de emoção, expomos mais que queríamos ( mas queremos essa exposição, a desejamos ! ) As palavras sempre presentes, ditas, sentidas , compartilhadas. Ah, o poder das palavras ... È compartilhado os medos ( os mesmos que nos levaram ao fim ) , os prazeres, os sonhos . A união de quebra-cabeças parecidos , mas não iguais.
Teríamos construído , então. Um afeto que ultrapassaria a paixão . Um sentimento de admiração , influência e inspiração ( teríamos ? ). Talvez aquele sentimento que chamamos de amor ... tão sincero , tão puro , que não mede quantitativamente e sim qualitativamente. "Gosto porque gosto.Ponto final." Bastaria o "ponto final" com o silêncio da boca seca? O grito desesperado da falta? Eles se perguntam . Mas esquecem em seguida todos os questionamentos.
Teremos um futuro, então. O futuro de folhas em brancas, espalhados durante a estrada do "eu sinto" , "eu te quero" , " mas tenho medo". O sentimentos serão incertos , existirão mas não fará mais sentido nomeá-los porque o que sentiremos terá fundações profundas. O passado , será de memórias guardadas num baú enfeitado com flores de laranjeiras e perfume de jasmim. Serão recordações "bonitas" ... porque foram marcantes. A tristeza e sofrimento virarão pó e adubará o jardim de nossos corações . Por fim, o começo se realizará. Surgiríamos num encontro real , um para com outro. E em todo ENCONTRO , reside o início.
P.s. : "Minha pequena homenagem ao Caio Fernando Abreu. Um dos escritores mais marcantes na minha trajetória. Sempre presente na tristeza e nas alegrias..."
Ayanne, quando li pela primeira vez esse teu texto, em homenagem ao C. F. Abreu, não tive a oportunidade de degustalo como deveria. Pois fiquei muito preso ao primeiro parágrafo, sobre os sentimentos virarem pó.
ResponderExcluirEstava relendo ele anteontem e percebi que ele, o texto, vai muito além. É uma verdadeira obra prima, para mim.
Simples. Poético. E que ainda descreve as etapas de uma relação (como se constroem, como se delimitam e como se acabam) de uma forma psicologicamente falando, cheia de verdade. Acho bárbaro quando citas que no início usamos máscaras, tentamos não nos mostrar e acabamos nos mostrando mais do que queríamos, porque no fundo, desejávamos isso.
Além de falar dos desejos "concientes", vc fala também, dos "inconscientes".
E sobre quando já não se é mais necessário nomear sentimentos, acho que tudo acontece naturalmente. Não há maldade de querer mudar, mas muda-se porque é assim que tem que ser.
Como Yuri falou. Sem pontos finais. Mas muitas vírgulas.
Muito bom.
Parabéns.
Nossa,Rogers. Fiquei muitíssimo emocionada com a homenagem e por você ter gostado tanto de um texto meu... muito emocionada mesmo. Muito obrigada pelo carinho...
ResponderExcluirSim, sempre com vírgulas... pq o que valeu a pena uma vez...sempre valerá a pena , independente do caminho percorrido, é só uma pausa no discurso.
Bjocas bem emocionada pra ti.SMUAACKKK!!!!
^^
Encontrei as palavras :
ResponderExcluir"Sei que como escritor possuo algumas habilidades e muitas debilidades. O que me torna diferente de tantos outros confrades nacionais é o fato de eu ter tido a fortuna de encontrar um número de leitores. (...) Não me considero um beletrista, um literato, mas sim um contador de histórias que se sente muito feliz quando verifica que as coisas que escreveu lhe valeram milhares de amigos, muitos dos quais não conhece pessoalmente" (Erico Verissimo, "Conversa de Natal", 1948).
Faço minhas as palavras de outro cara muito importante na minha trajetória,aliás, gáucho que nem vc ^^
Bjus!!
Uia! =)
ResponderExcluirBelas palavras!
Eu que agradeço!
;)
Bjoooooo
não me deixem enlouquecer,
ResponderExcluirmesmo sendo de paixão,
não há alma pra tanta fome,
amenizem-me.