terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cuidado! Eutanásia mal aplicada dá dor de barriga!

Sempre que uma pessoa se mata (se suicida), seja lá qual for a religião a qual esta pertencia (tirando aquela dos homens bombas, é claro. Afinal toda regra tem sua exceção), se diz que cometeu o pior dos erros. Geralmente as religiões têm a vida como sendo o maior bem de todos. Como alguém pode renegar esse bem divino? Só não tendo amor à vida mesmo.

Há várias formas de matar a si mesmo e uma delas é negar-se o direito de viver saudavelmente. De alimentar-se bem. De cuidar do corpo. Cuidar da mente. E óbvio, cuidar do coração, dos sentimentos. Dizem as religiões, que os assassinos e os suicidas são os que mais irão sofrer assim que a consciência bater em suas portas. E um dia ela vem!

Há várias formas de matar a si mesmo! Você pode pular pela janela e achar que alí está a solução dos seus problemas. Esquecer de tudo e de todos. Se você for Ateu, talvez realmente alí esteja a sua solução. Mas, caro amigo, torça para que você esteja certo. Torça para que realmente não exista nada mais para você do que aquele chão que se aproxima. Ou, segundo as religiões, você irá sofrer amargamente. Eu não me atiraria se fosse você. Porque, assim como é impossível provar a existência da vida eterna, é também, impossível provar a sua inexistência. Pelo menos por enquanto.

Mas, há outras formas de matar a si mesmo. Basta que sinta que não é merecedor de viver em harmonia com os seus semelhantes. Basta que você negue algo bom que a vida lhe traz, como a oportunidade de sair, de amar, de se comunicar, de usar teus sentidos. Basta negar o existir, o poder do raciocínio, da razão, da emoção. Negar a dor e a felicidade.

Mas sim, haverá dias em que você irá desejar profundamente partir. Deixar tudo isso pra trás. Há dias em que seu espírito se encontrará doente. Carente. Necessitado de um milagre! De uma luz para lhe guiar!

Eu imploro: Cuidado!

Já disse aqui uma vez que a nossa vida é como um trilho de trem. Nós estamos no trem. As vezes em vagões diferentes, as vezes nos mesmos vagões. Mas todos indo num mesmo sentido. Uns, no vagão da frente, com o privilégio de ver o caminho que se terá de passar. Outros, no último vagão, incertos do que virá, apenas seguindo os da frente.

Eu imploro: Cuidado!

Não importa em que vagão estamos. Não saltemos do trem antes dele chegar na estação a qual desejamos desembarcar. Lá fora é muito perigoso. Ao tentar acabar com a sua viagem você pode acabar perdido no deserto.

E mesmo que esse trem entre em um túnel escuro que pareça não ter fim, jamais use da eutanásia como remédio para seus problemas. Peça ajuda para teus companheiros de viagem. Eles também podem estar tão apavorados quanto você está. Eles, talvez não tenham o remédio para tua dor, mas estarão ao teu lado se precisares. Tente de tudo! Menos pular do trem... Menos usar da eutanásia.

A vida é um bem que não pode, e não deve ser desperdiçado. É um bem que deve ser preservado, seja na dor, ou no amor. Na tristeza ou na felicidade.

Lembre-se. Viver não é apenas estar vivo. Viver é o poder de sentir e pensar sobre o que se sente. Não se suicida apenas quando mata o poder de fazer seu coração bombear sangue ou o dos seus pulmões de respirar o oxigênio. Se suicida aquele que mata seus sentimentos. Aquele que nega-os. Aquele que não luta pela vida do sentir!

Sejam eles bons ou ruins, os sentimentos são a prova da tua existência. Se um dia se sentir tentado a sufocá-los. Páre e humildemente peça ajuda. Se fosse para nós resolvermos tudo que acontece conosco sozinhos, nasceriamos todos sozinhos, cada um em seu planeta.

Podes pensar que só você tem o poder de resolver as suas angústias. E é verdade! Só não se esqueça que suas angustias nem sempre vêm somente de ti. As vezes vem do exterior, dos outros. Então. Pode ser verdade que só você seja capaz de se ajudar. Mas nem sempre estará em suas mãos as ferramentas que precisa.

Imploro: Tente de tudo até o fim. Mesmo que percebas que a sua vida, a vida de alguém, os sentimentos de alguém, ou, até mesmo, os teus sentimentos estejam morrendo. Tente de tudo!

Só não tente a eutanásia. E sim. Você vai se sentir tentado.
Mas se mesmo assim tentar. Cuide para que esta seja muito bem aplicada.

Afinal: Eutanásia mal aplicada, dá dor de barriga!

E sim. A dor, segundo as religiões, é inesquecível!

O remédio?

Comece perdoando a si mesmo...


9 comentários:

  1. Não é odio, raiva ou rancor o que sinto pelos suicidas.
    É um pesar... e a pesar disso: sim! Amo alguns suicidas.

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  2. As vezes nos é impossível entender os motivos pelos quais uma pessoa abre mão de seu bem mais valioso. Eu já muitas vezes me peguei pensando sobre o suicídio, sobre o que pode levar pessoas a cometê-lo. Mas realmente esse é um campo complicado para aqueles que amam a vida, como tu falou no teu post ai em cima, eu também não tenho ódio, ou raiva dos suicidas, eu sou grande fã da obra de muitos deles. Mas como entender que se possa abandonar a vida?? Mesmo com todos os problemas cotidianos, não consigo ainda entender. Como podem cometer aquela outra morte, a morte dos sentimentos? Como podem viver como zumbis de coração vazio, contando os dias para o final sem a menor vontade de fazer algo para se modificar? Não sou religioso, não no sentido normalmente usado, não sou cristão, não sou espírita, não sou muçulmano, o que tenho em mim é um grande amor a Deus, se tento ter uma vida correta, respeitando limites, e amando o próximo como a mim mesmo, é por amor a essa força maior, em agradecimento ao que ela me deu, a natureza perfeita, e principalmente a minha vida. Não vivo com medo de Deus e dos castigos pós morte que as religiões repetem e ameaçam seus fiéis desde o nascimento. Porque viver com medo também é uma forma de não viver, de matar instintos, de deixar de ser humano. Existe uma força carregada de amor, de bondade, e principalmente de vida. E é em respeito e agradecimento a ela, não medo, que devemos cuidar desse presente de cristal sensível chamado VIDA.

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  3. "Não sou religioso, não no sentido normalmente usado, não sou cristão, não sou espírita, não sou muçulmano, o que tenho em mim é um grande amor a Deus"

    Concordo plenamente contigo Yuri. Acho que amar a vida e respeitá-la é a melhor forma de ser "religioso". O ser humano as vezes distorce muito o que é a ética moral e quais os preceitos "corretos" para ser uma boa pessoa. Sou contra fórmulas.
    Falo das religiões neste post, mas mais de uma forma neutra. Ok! Admito. Talvez com um pouco de ironia.

    "Não vivo com medo de Deus e dos castigos pós morte que as religiões repetem e ameaçam seus fiéis desde o nascimento. Porque viver com medo também é uma forma de não viver, de matar instintos, de deixar de ser humano"

    Mais uma vez concordo contigo.
    Acho que as pessoa devem fazer as coisas boas, como ajudar os outros, porque sentem esse desejo. Não pelo medo de não estarem sendo boas o suficiente em vida. Assim como acredito que as pessoas devem deixar de prejudicar os outros, não pelo medo de irem para o inferno, ou de serem castigadas. Mas sim porque percebem que o mau que causam prejudica as pessoas.

    Daí entra a questão do respeito à vida. =)

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  4. Só se mata qm se sente rejeitado pela vida. É como ter nascido no lugar errado, tipo, um tumor, uma célula ekivocada q apareceu e acha q tá sobrando ali no organismo todo.

    Eu acredito nisso da força maior pq a vida me mostrou isso. Pq o meio em q vivi, as experiências e circunstâncias me levaram a crer nisso.

    Diálogo. Melhor solução! Imagina alguém q deixa de sentir, deixa de amar e gostar pq axa q não é amado por ninguém! Só q ele é. Por muitas pessoas. Mas nunca ninguém disse isso pra ele. E akele post sobre sentir e saber mostra um pouco disso. Só q no caso do "suicida" ele nem sabe, pq nunca contaram. O q também tem a ver com akele seu post aki no blog da caverna q ele consegue sair e ver coisas lindas do lado de fora e mesmo q ele descreva, ninguém consegue imaginar. Ou seja, pode ter um mundo lindo lá fora, mas se ele n for apresentado ao meliante, ele ficará sempre no seu mundinho fechado e isolado.

    Daí, abre mão da vida que na opinião dele é só uma histórinha e vai morrer pq não vê sentido, pq não sabe sentir... Abre mão da vida, abre mão de amar, de sentir pq pra ele isso não significou nunca por** nenhuma. XD

    Triste. ;x

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  5. O.O To absolutamente impressionado com a discussão desse post.
    Rende teses de TCC.

    Mas , Érica, se te lembrares da história da Caverna de Platão, vai te lembrares que o cara que conheceu o mundo retornou para a caverna e tentou explicar para os demais que existia muito mais lá fora para se ver, do que sombras. Mas mesmo contar não foi o suficiente. Os caras da caverna mataram o que havia saído, por não acreditarem nele. As vezes é mais fácil matar do que crer. E contar nem sempre funciona. As vezes as pessoas precisam ver por seus próprios olhos. É complicado.

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  6. A Caverna de Platão é um ótimo exemplo de como as vezes uma revolução não pode ser feita sem muito esforço. Não falo de violência, não acho que aquele que saiu deveria usar de força para que os outros também vissem a verdade. Mas também temos que lembrar que os outros estavam presos a crenças e conceitos muito antigos de verdade, esse tipo de coisa é difícil de romper, senão por mentes iluminadas. Poderia citar as religiões, somos condicionados a aceitar como verdade tudo que nos ensinam sobre Deus e suas "regras". E quando alguém ousa contrariar essas "verdades absolutas" é ele visto com desagrado e até violência pelos outros. Não sei se existe uma verdade absoluta, até duvido muito disso. Mas o fato é que qualquer fanatismo, ou negação de pensamento ou até mesmo de sentimento contrário a ordem imposta como absoluta é um grande obstáculo para a evolução do homem. Por isso não consigo odiar a um suicida, o fato de não concordar com a atitude tomada não é razão para que eu o despreze. Assim como o fato de não concordar com qualquer organização, crença, ou hábito dê o direito de ser hostil ou de ser tratado com hostilidade pela outra parte.

    Romper conceitos é complicado mesmo, mas é nosso trabalho procurar a verdade e tentar oferecê-la a quem queira ouvir, sem violência, sem ditaduras.Porque violência é o melhor jeito de condicionar uma pessoa a acreditar em algo, não por concordar, mas por temer a represália caso contrarie a ordem do mandante.

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  7. Sem dúvidas nenhuma concordo plenamente com o que foi dito.
    E se algum dia um de vocês interpretarem como um ato de violência qualquer texto que eu venha a escrever, me avisem.
    Não é da minha natureza usar da violência.

    Obrigado Érica e Yuri.

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  8. Em nenhum momento encontrei violência na tua forma de expôr tuas idéias, muito pelo contrário. Vejo muita sinceridade, teus textos estão carregados do que tu acredita, sem nunca usar de força nem presunção. Acho tuas palavras verdadeiras e tuas idéias realmente intimas. É a tua visão dos fatos e tu tem todo o direito de expressá-las. Liberdade ideológica sempre. Claro, sem nunca ofender ou agredir o ser humano!! E isso tu não faz com certeza!! =)

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  9. Nem por isso, Rogers. O blog é teu, tipo, tu expressa tua idéia como der na telha. XD

    E resumindo... Concordo com tudo q foi dito. =]

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