domingo, 30 de agosto de 2009

Sob a Escada


Era uma noite mais escura do que o comum. O vento que soprava era fino e de um frescor indescritível. Eu andava na rua e não via nada além daqueles que me acompanhavam. Também enxergava minhas sombras no chão, projetadas pelos vários postes no caminho. O barulho ao fundo dos ruaceiros ficava para trás enquanto passava a escutar somente nossos passos. Os mesmos passos que alguém viria a conhecer e saber tão bem o que significava cada batida do solado contra o chão. Passos tímidos e descontraídos, sem pressa.

Caminhamos até pararmos diante de uma pequena porta de alguma casa, entre as tantas que se encontravam paralelas à ruazinha. Entramos lá, eu tímido, meus amigos levemente curiosos. Quando vi aquele lugar minúsculo preenchido de tantos convidados logo pensei que seria meu caos. Pessoas demais para olhar. Ninguém para se ver.

Ao fundo tocava uma música muito animada. Tentei distrair-me diante da situação, mas algo me impedia. Era como se eu estivesse sendo vigiado. Olhei ao meu redor com um giro de trezentos e sessenta e cinco graus, para checar melhor de onde poderia vir tal agonia. Subimos as escadas. O calor agora me parecia insuportável. Queria voltar para rua escura, caminhar arrastadamente e sentir a brisa fresca daquela noite. Mas não podia. Eu não ia estragar a festa dos meus amigos. Não assim, na chegada.

Não havia nada lá em cima que pudesse nos entreter. Nada que pudesse ser menos desaproveitoso do que já era lá embaixo para mim. Descemos então. Desta vez com a intenção de ficar e apreciar aquela dança que a mim me parecia tão nostálgica. Tão morta. Foi então que, enquanto descia as escadas, olhei com uma visão privilegiada para aqueles homens e mulheres. Entorpecidos pela mistura da música com o etanol. Se esfregando.

Respirei fundo e tomei coragem para descer os últimos degraus daquela escada minúscula. De repente, uma mão me segurou. Virei-me para ver quem queria me roubar a atenção. Era minha amiga. Mas, naquele momento, algo mais conseguiu me roubar o olhar - os olhos sob a escada que me miravam certeiramente. Não piscavam. Não se mexiam. Estavam fixos em mim. No meu olhar.

Por um instante esqueci de respirar. Minha amiga delicadamente começava a me empurrar para baixo. E enquanto eu ia descendo meus últimos degraus, aqueles olhos embaixo da escada iam me seguindo. O que queriam de mim? O que viram? Seja lá o que quer que buscassem, os olhos aparentemente haviam encontrado nos meus o que queriam. Tentei dançar. Tentei respirar. Mas não havia mais ninguém lá, a não ser eu e os olhos sob a escada.

Tive o ímpeto de dar-lhes as costas, mas não podia. Ao mesmo tempo que era quase impossível continuar a mirá-los, era quase impossível mudar o foco da minha visão. Tinha a estranha sensação que se parasse de observá-los eles iriam desaparecer, como uma miragem, que ao ser olhada pela segunda vez, desaparecia.

Eu já não sabia onde estavam as pessoas. Onde estavam meus amigos. Não sabia o que tocava nas caixas de som. Eu estava invisível. Ninguém naquele ambiente podia me ver a não ser os olhos sob a escada. E nenhum olhar podia vê-los se não o meu.

Então pude notar que o dono daqueles olhos fixos segurava entre as mãos um cálice. Imaginei rapidamente que seria algum tipo de cálice sagrado, dourado, com um líquido estranho. Algo tentador demais para mim. Inexplicavelmente alucinógeno pelo que minha sensibilidade queria me alertar.

Subitamente senti um desejo mortal de ir até ele, tirar-lhe aquele cálice e degustar seu líquido mais precioso, ainda que seus olhos pudessem me furar feito duas pontas de lanças afiadas.

Meu corpo começava a gelar e as mãos a tremer. Segurei-as firmes junto às pernas bambas. Me enchi de coragem, livrando-me daqueles olhos ao focar meu olhar nos meus pés - intactos e cravados no piso semi-espelhado -. E, por algum motivo, agora tinha mais medo de olhar na direção da escada. E se não houvesse mais nada lá sob ela? E se eu estivesse tão ou mais demente quanto aos outros que lá estavam se refestelando? Por um momento cheguei a pensar que era desse jeito que eles também sentiam. Como se alguém os vigiasse da mesma forma como eu estava sendo.

Respirei devagar, enchendo bem os pulmões de ar. Podia notar que as pessoas à minha volta se mexiam, riam e se esfregavam como antes. A diferença era que agora não as escutava. O silêncio era mortal e minha visão era em câmera lenta. Ergui a cabeça na direção das escadas. Não havia mais nada lá para me observar. Olhei ao redor e vi entre a multidão aqueles olhos a vagar, como se ninguém pudesse detê-los. Vagarosamente. Quase que podia escutar os passos leves do dono, e, ainda assim, por um momento pude jurar escutar seu deliciamento com o líquido do cálice, que levara até a boca. Ele, os olhos e o cálice vinham todos juntos em minha direção.

Pensei em correr, mas já era tarde demais. Não havia para onde ir, nem mesmo minhas pernas queriam se mover. Ainda que meu desejo fosse esse.

"Olá", me recepcionava aquela boca, ainda molhada pelo líquido desconhecido. Não lembro se cheguei a responder. A única coisa que me lembro é de ver um brilho malicioso naquele olhar, enquanto sua boca me sorria igualmente maldosa e suas mãos me ofereciam o cálice que seguravam.

Pensei em não beber. Mas era mais forte que eu. Agora podia ver bem a cor daquilo. Podia até mesmo sentir seu cheiro adocicado. Era uma líquido dourado, brilhante e semitransparente, com um aroma de frutas silvestres.

Tarde demais. Minhas mãos já seguravam e levavam o cálice até meus lábios - agora, já sedentos de uma louca sede. Sede esta que parecia estar me matando rapidamente -. Provei do conteúdo do cálice. O que foi de certa forma minha salvação e ao mesmo tempo minha ruína. E quanto mais bebia, mais queria beber. E quanto mais aqueles olhos me olhavam, mais daquele líquido parecia brotar no fundo do cálice, como uma fonte inesgotável. Deliciei-me de um sabor estranhamente familiar e entorpecente. Era como se fosse parte de mim mesmo.

Quando dei por mim já havíamos saído de lá e eu podia novamente andar nas ruas sentido o frescor da noite. Dessa vez com os mesmos passos distraídos e desapressados, porém, não mais arrastados e pesados. Tudo estava tão escuro, mas ainda haviam os postes de luz para nos iluminar. Luz que batia nos olhos que outrora estavam sob as escadas e agora estavam ali, na avenida, ao meu lado, me observando, agora com um olhar menos brilhante.

Me separei daqueles olhos estranhos que falavam em outro idioma. Um idioma que apesar de diferenciado meus sentidos podiam muito bem compreender. Fui para casa. Já os olhos não sei. O que sei é que de vez enquando eles apareciam para me visitar. Olhares aqui, ali, e que em todas as visitas traziam consigo um pouco mais do conteúdo do cálice dourado. Aquele líquido no qual eu já estava perceptivelmente viciado. De mês em mês, eu podia receber um pouco mais de sua dose. De mês em mês eu podia experimentar e sentir meu corpo entorpecido pela reação que me causava. Nós dividíamos o conteúdo do cálice. Metade dele era meu, e a outra metade era rapidamente bebida pelo dono daqueles olhos.

Com o tempo os olhos sob as escadas começaram a me visitar com menos frequência. E quando reapareciam me traziam cada vez menos daquela dose - que ao mesmo tempo tinha o poder de me aliviar e tinha o poder de cavar ainda mais fundo a minha cova -. Era deliciosamente indescritível. Era o remédio para minhas dores mais profundas. Porém, agora não parecia brotar mais do fundo do cálice com a abundância de antes, ainda que ele me olhasse com os mesmos olhares - estes tornando-se cada vez menos brilhantes e divinos.

Meu corpo começava a pedir por mais. Os efeitos já não duravam tanto quanto antes. A sede insaciável era gigantesca. E na antepenúltima visita daqueles olhos, lhe pedi que não demorasse muito a retornar. Os olhos retornaram mais cedo do que eu pensara, como havia pedido, e como seu dono havia prometido. Era a penúltima vez que eu os veria.

Eu estava deitado quando bateram à porta de meu quarto. Estava exausto, esgotado. Não tive sequer a energia de levantar-me para abrir a porta. Apenas gritei "entre, está destrancada". Os olhos então entraram, fitando-me. Com um brilho esmaecido dessa vez. As mãos estavam escondidas atrás das costas. Seguravam algo que eu não podia ver. Seria uma surpresa?

Abri um sorriso esperando que a resposta dos olhos fosse "sim". Mas eles me olharam fingindo uma estranha lamentação e desapontamento. As mãos escondidas atrás das costas agora estavam se revelando para mim. Uma delas com os punhos fechados pairou diante de minha face, estendida... e abriu-se.

Havia uma pequena coisa sobre ela.

Me enfureci. Senti meu estômago revirar-se. Um medo gigantesco tomou conta de meu corpo. Era horrível. Perguntei com pavor onde estava o cálice e o que significava aquele pequeno objeto que a mão segurava diante de mim. Não recebi nenhuma resposta verbal, apenas um olhar que não sei dizer se sincero ou mascarado, me dizendo não haver mais cálice algum. Que me dizia dolorosamente que só restava aquele pequeno objeto.

Uma ampola!

Um minúsculo frasquinho contendo o líquido dourado e brilhante, semitransparente e, provavelmente, com o mesmo aroma de frutas silvestres. O que eu tanto precisava.

Era impossível que só tivesse restado aquilo. Era realmente amedrontador. Torturante. Mas tudo bem. Não me restavam escolhas. Aquela ampola era tudo que eu tinha. A retirei da mão estendida e abri. Em menos da metade de um gole acabei com seu conteúdo. Chorei por não haver mais. Os aqueles olhos tentaram manterem-se firmes. Mas era visível o grau de frustração.

Os dias passaram e, diferente de todas as outras vezes, criei coragem para procurar o dono daqueles olhos já não tão fascinantes assim. O encontrei. E essa seria a última vez que o veria, e veria seus olhos.

Ele estava de costas para mim quando invadi sua privacidade. Estava em pé, olhando pela janela o movimento que acontecia numa avenida extensa. E apesar do barulho ensurdecedor da rua nós nos encontrávamos em silêncio. Ele estava lá. Parado. E mesmo que não tivesse virado seu corpo para mim e me encarado como habitualmente, ele já havia tido tempo suficiente para perceber minha presença em sua casa. Assim como já sabia o que eu viera procurar.

Chamei por seu nome numa voz rouca e enfraquecida. Ele continuava a me dar as costas e a me negar seus olhares. Chamei uma segunda vez. Desta vez com um tom mais impaciente e de leve desespero. Ele virou-se. Seu rosto não era mais radiante. Era de um anunciante do fim. Do fim dos tempos. Seus olhos não brilhavam mais. Me encaravam entristecidos, desiludidos e cansados. Estavam desfalecendo em minha frente como alguém que quer muito dormir e não tem mais forças para continuar acordado. Olhei para as mãos dele. Já não seguravam mais nada. Estavam largadas e moles. Assim como seus olhos, quase mortos.

Pedi pelo líquido dourado e brilhante. Mas seu olhar moribundo quis me contar que o líquido já havia acabado há tempos. Não acreditei. Implorei por ele, que me contasse a verdade, que me falasse que estava mentindo. Não obtive resposta alguma. Olhei ao redor, pensando que pudesse estar escondido, mas não havia nada ali que pudesse estar comportando-o. Neguei seu fim. Perguntei como poderia ter acontecido. O que acontecera com sua fonte?

Os barulhos que vinham da rua já não eram mais audíveis. Muito menos os móveis da sala eram perceptíveis para mim. Uma forte náusea atingiu minhas vísceras. Os pulmões já reclamando de dor, pela falta de ar. A cabeça latejava e eu me encontrava tonto. Sentei-me no carpete e me escorrei na parede branca atrás de mim. Olhei para meus pés, que estavam gélidos e imóveis. Era meu fim.

O corpo já não suportava a abstinência.

Foi então que alguém com sua mão ergueu minha cabeça a partir do meu queixo caído. Os olhos que há muito tempo atrás haviam se encontrado sob a escada, agora, me davam um último olhar. Como se fosse seu último suspiro. Um olhar de esperança, ainda que não muito convincente. Era como se aquele olhar quisesse me fazer crer em um remédio, uma salvação, uma forma de obter o que eu tanto queria. Algo que, acredito, ele mesmo não havia encontrado durante sua jornada - não pelo menos de uma forma infinita -. Era um olhar de doação. A doação de um último fio de esperança seu. Como se quisesse reparar o suposto mal que me fizera.

Através daqueles olhos, meus olhos puderam mergulhar em seus segredos. Não haviam mais bloqueios e eu podia desvendar tudo. Todas as suas verdades. Seus medos, seus desejos conquistados e os seus desejos perdidos. Eu descobrira do que era composto o conteúdo do cálice dourado, o motivo pelo qual ele era sempre divido entre nós durante nossos encontros, e, ainda mais; eu descobrira o motivo de seu fim. De metade em metade, ele havia literalmente tomado parte de mim. Parte de minha alma. Na verdade, eu me entorpecia com a metade dela - que me era dada como se não me pertencesse - e a falta de minha outra metade, que era roubada por ele, diante de mim.

Naveguei por dentro de seus olhos até cair num sono profundo, como se um espiral tivesse me roubado e me levado pra algum lugar desconhecido. Não senti mais nada. Meu corpo descansou e meu espírito por um momento se apagou...

Hoje estou caminhando pelas ruas. Meus passos estão apressados. Ansiosos por algo que só meu corpo pode entender. Caminho rapidamente pela calçada com passos decididos. A mente compenetrada em somente um sentido. No chão não vejo mais a sombra de meu corpo, que antes era projetada pelas luzes incandescentes dos postes. Também não sinto mais a brisa fresca do vento. Na verdade não sinto muita coisa. Apenas tenho a consciência do que tenho que fazer para manter-me vivo.

Paro em frente de uma casa antiga. Abro sua porta pequena e dou de cara com uma centena de pessoas que se mexem, se esfregam e dançam - entorpecidas e com olhares de zumbis -. Todas param de se remexer para me ver chegar. Eu as observo com um olhar firme e penetrante. Como se as estivesse repreendendo. Elas parecem me temer e voltam a dançar. Se mexem e se esfregam novamente umas nas outras.

Parado estalo meu pescoço. Primeiramente para direita. Depois para esquerda. Sendo a esquerda estalada duas vezes. Olho para o outro lado do salão, onde há uma escada. Não há nada lá. Tudo que há é o espaço sob a escada. Agora vazio.

Caminho para o fundo do salão não muito grandioso. Caminho em linha reta e convicto de meu dever - já sei o que é necessário fazer para não me tornar uma daquelas pessoas, e o faço todas as noites desde então -. Quando finalmente chego no local alvo, me viro para as pessoas zumbis que dançam freneticamente, aparentando felicidade e nostalgia ao mesmo tempo. Uma delas vem amedrontada me trazer um cálice dourado que recebo com certa agressividade. A pessoa zumbi se some de meu olhar severo. Do bolso traseiro das calças retiro uma ampola. O som da festa está perfeitamente audível. Os ruídos me doem os ouvidos. Me perturbam. Respiro fundo. Misturo o líquido dourado da ampola com um líquido comum contido no cálice. Meus olhos, sem brilho algum, observam uma última vez o local e vêem apenas pessoas dançantes. Agonizantes. Fecho-os e consumo do líquido misturado - agora já completamente dourado, como se nunca tivesse sido mesclado a outro.

Meu corpo estremece. Minhas mãos vibram. O som vai lentamente diminuindo, até que cessa. Uma vitalidade fascinante me absorve. Estou belo e sinto-me tão ávido quanto há muito não me sentia...

Abro os olhos.

Estes, agora, aparentemente, irradiando um brilho intenso. Ainda que, em seu mais profundo castanho esverdeado, houvesse resquícios de uma tristeza semi-infinita.

Estou lá, em pé, parado com meu olhar. Só que desta vez não são mais Aqueles olhos sob a escada... São os meus! Aguardando, impacientemente, alguém entrar. Alguém que, um dia, há tempos atrás fui eu. Alguém que, como eu, irá olhar para os olhos sob a escada. Alguém cuja alma vou roubar com o olhar, fazer brotar no cálice e, com sua alma, a embebedar. Olhos que não me engano - apesar de hoje serem os meus -, Aqueles, jamais esquecerei.



7 comentários:

  1. bem do teu tipinho... vai ler caio fernando abreu e ronaldo correa de brito.

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  2. Acho que Caio Fernando Abreu, agora tu disse tudo. Já do Ronaldo eu nunca li nada. =(

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  3. Simplesmente lindo!
    acho que daria um filme, um curta...
    Mas sem dúvida muito tocante, me tirou lágrimas dos olhos e vc sabe que ninguém melhor do que eu pra entender exatamente tudo o que descreveste!

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  4. É, na verdade quando terminei de escrever pensei mesmo num curta. Baseado em praticamente imagens e efeitos sonoros. Acredite, isso está nos meus projetos. =)

    Quanto a lhe tirar lágrima dos olhos... Bem! Que posso dizer?... Se isso não foi uma força de expressão, acho que é válido que lagrimas verdadeiras caiam por algo que realmente valeu muito a pena. Seria um pouco injusto se elas não rolassem quando de fato esse momento as estavam verdadeiramente pedindo. Eu não posso dizer que chorei ao escrever o texto. Mas posso dizer que senti cada uma daquelas sensações. Principalmente sede. Sede por Vida!

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  5. Bom..lendo os comentários vejo que não fui o unico a sentir a necessidade de adaptar teu texto para as telas!! =D
    Essa história esta carregada de imagens, ele é muito claro, escrito de uma maneira extraordinariamente simples, uma simplicidade linda.

    Essa sede de vida é uma coisa que nos persegue..hahaha...sei muito bem como é querer viver tudo ao mesmo tempo, o quanto isso vicia. E realmente já perdi mais da metade da minha alma secando cálices diferentes ao longo desses anos!! =D

    Parabéns pelo texto, impecável!!

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  6. Não vá perder o resto dela.
    Ela é o que há de mais admirável em ti.
    Pois como sempre me parece muito encantadora.
    Ainda que me digas que está pela metade.

    Cuidado com os cálices alheios.
    Mamãe sempre disse pra n aceitar bebida de estranhos
    pois poderia conter entorpecentes.

    Ficaria muito triste ao encontrar um Yuri zumbi, vagando por aí. Se for para beber em cálices, que seja para roubarmos nós, também, um pouquinho das almas alheias.

    =)

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