quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
365 Dias Depois...
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Conselhos de Rilke - V
"Ame a sua solidão e suporte a dor que ela lhe causa com belos lamentos. Pois os que são próximos de ti estão distantes [...]. Se o próximo está longe, então o que é distante vaga entre as estrelas, na imensidão."
"...os caminhos bonitos quando feitos todos os dias deixam de ser tão belos. Os caminhos feios quando feitos todos os dias deixam te ter este efeito. A beleza está mesmo no caminhar..."
Talvez, os que próximos estão, estejam muito mais envolvidos com nossas matérias do que com nossas mentes. Difícil olhar para dentro de alguém quando o vê todos os dias por fora. As pessoas se acostumam com a presença de outras pessoas mas esquecem delas como as viram pela primeira vez. Por outro lado, as pessoas que estão distantes de nós são capazes de se lembrarem de nosso espírito, ainda que para isso utilizem de suas mais sutis imaginações. Há idealização, e os sentires são mais intensos. A saudade é um fator determinante para se saber quem está realmente próximo e quem está ausente.
Devemos amar nossa solidão pois é nela que reside nosso ser. Quem não aprende a amar o próprio ser, não aprenderá a verdadeiramente amar aos próximos. A solidão não é algo ruim, pois, a pesar de sermos todos sozinhos, jamais estaremos a sós. Não será o tempo que lhe mostrará isso, mas seus olhos e sua vontade de enxergar.
Como já disse em outro momento, o tempo é uma invenção. Só existe para os que perecem aos seus pés. Assim também o é a distância. Existe apenas para aqueles que a enxergam em números.
"Se o próximo está longe, então o que é distante vaga entre as estrelas, na imensidão"
Essa, sem dúvidas, é uma frase que descreve Deus como o universo e a vida. O provável motivo de estarmos sempre mais próximos dele do que de qualquer outra coisa.
Aprender a amar a solidão é o primeiro passo para se aprender a realmente amar a comunhão e estar verdadeiramente próximo de alguém, independente da distância.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Sobre Quedas, Humildes e Afins.
Momentos Distantes
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Para Quando Caem as Cortinas
Conselhos de Rilke - IV
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Comunhão
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Conselhos de Rilke - III
Dramatizar
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Conselhos de Rilke - II
Insignificante e ignorante é aquele que não vê a profundidade de uma simples palavra como o Amor. Este, sem dúvidas, está cego pela banalização do termo clichê.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Conselhos de Rilke - I
O livro em questão é uma compilação das dez cartas mais importantes que Rainer trocou com seu interlocutor, Franz Kappus. A partir de hoje, escreverei até o final do mês de novembro trechos dessas cartas, que servem de grande reflexão. Não poderei deixar de comentar os pensamentos de Rilke, assim como cada uma de suas palavras tão bem colocadas. Quem quiser ir a fundo, recomendo o livro que é de fácil leitura, está disponível pela L&PM Pocket e possui 91 páginas.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Andarilho
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Cores Negras
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
A Maçã
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
00:39
terça-feira, 29 de junho de 2010
Cartas a Quem Possa Interessar IV
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Desconhecido
Quando se é criança se tem o sonho de que o futuro será algo distante e eterno. O local onde poderemos nos realizar como pessoas, ou, o lugar onde se terá um final limpo e feliz. A gente cresce e percebe que o futuro não está distante mais do que um dia à nossa frente. E, talvez com o tempo, conforme envelhecemos, talvez não estará a mais do que um segundo. É curto e mais prospectivamente sujo do que limpo.
Os dez anos de vida de uma criança são como a metade de todos os nossos próximos sessenta, setenta anos de vida. Tudo é infinito e de repente o finito se torna palpável às nossas mãos. Vive-se mais os dez primeiros anos de vida (e aparentemente mais longos) do que o restante de nossos dias.
Na adolescencia dos anos 2000, o estilo glamour de "massa" e o cult de "poucos" (o glamour alternativo) foram as formas predominantes, e alternadas, de se vestir e portar - e que grandes macacos chiques nós fomos, hein? - A fama é algo do início do século XX. O luxo e o dinheiro, coisas da época em que Cristo andava com suas sandálias por aí... Agora, fama, luxo, dinheiro e pensamento politico-ecologico-socialmente correto (plus o glamour cult, é claro) são coisas a mais do que minha capacidade de compreensão pode suportar nos dias de hoje.
Tem gente querendo ser glamurosa "sem" luxo e dinheiro. Tem gente pregando a "nova forma" de ser cool e estar nos holofotes (ainda que gritem e finjam querer ser total off). E a verdade é que chamam mais atenção rejeitando a "luz" do que a própria luz os faria "cintilar". Esses sim, brilham na escuridão.
Quanta futilidade e "arruinação".
Somos aquelas mesmas crianças que antes brincávamos, e hoje atacam por misérias espirituais. Se superar é a palavra chave, e eu me pergunto, onde foi parar nosso senso (o bom)? Os ideais?
"Queimem os bruxos que ainda acreditem nisso!". Ideologias como paz, amor e união são so last 70ths. "Ya no hay lengua, ya que se perdió. No hay alma, porque el viento llevó".
Pobres covardes que somos!
Amantes do inútil, descrentes da própria esperança. Crianças mimadas, protegidas pelos pais recalcados que tivemos, por estes terem sido criados por nossos avós "sem-noção".
O que criaremos?
Talvez, aquilo em que, em fé, verdadeiramente acreditemos.
E em que verdadeiramente cremos, afinal?
...Talvez uma boa pergunta para uma resposta sem respostas.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Cartas a Quem Possa Interessar - III
Há dias em que sinto falta do cheiro da infância,
Do calor maternal,
De puxar o bigode do avô.
Dias em que sinto falta do pão quentinho saído do forno à lenha, naquelas manhãs frias.
É a falta do gosto do Nescau.
Do quentinho do edredon, misturado a frio do inverno.
Do velho chinelo de andar pela casa.
Da paz de espírito de uma criança.
Ah! Quem dera ter oito, e um futuro brilhante pela frente.
Uma mãe e um pai, e, quem sabe, avós para sempre?!
Sinto falta mesmo é da liberdade de se poder ser somente eu e nada mais...
Do tempo de se ter tempo,
E da vida de não se sentir faltas...
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Cartas a Quem Possa Interessar - II
Não temos muito mais que vinte ou trinta anos e pensamos conhecer todas nossas capacidades, ou todos nossos limites, mas a verdade é que a cada ano, a cada dia, podemos nos surpreender com habilidades desconhecidas e formas de pensar que talvez tenhamos pensado que jamais chegaríamos a pensar.
A vida me parece um dom. O dom de aprender consigo mesmo e com todo o resto que está ao redor. O porém é que, geralmente, só se pode aprender com as ferramentas que se têm disponíveis em sua época. São raras as pessoas que têm a capacidade de inventarem novas ferramentas. Cada pintor pinta de acordo com sua mão e o pincél que tem disponível. Nem sempre é o ideal, mas tenho certeza que cabe a nós buscarmos o ideal para cada tipo de quadro que quisermos criar.
Pena as pessoas hoje somente terem o dom da destruição de ideais. Da ridicularização dos sentimentos e do culto à matéria.
Que essência e limites criamos para nosso espírito?
É mais fácil crer na matéria física que nos sonhos de um louco. É mais fácil criar quadros com a mesma técnica conhecida que inovar ao inventar uma nova forma de criar.
Nunca vimos as ondas de rádio e isso não quer dizer que não existiam antes mesmo de haver instrumentos para descobrí-las. Quantas outras coisas não vemos e ainda não achamos formas de descobrir? E que, por não vermos, não significa que não existam.
"Uma mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original"- Albert Einstein.
- Vigie seus pensamentos e conhecerás mais de tua essência, liberte-os e conhecerás a ilimitação.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Cartas a Quem Possa Interessar - I
E se nada pudesse ser como antes? O que seria?
Um passageiro à espera de um ônibus que nunca passaria?
Como retornar para o vazio do que nunca existiu?
E seguir por que estradas quando jamais se estivera em uma?
Andarilhos do espaço ausente.
Sem ter sido visto ou notado.
Mas cujos feitos comtemplamos até hoje.
Ah! Seria triste... Pela falta do inevitável.
Os desconhecidos acontecimentos da vida.
Aqueles que foram - e não foram - e ficaram para sempre sem jamais terem chegado.
Quem dera pudesse ser assim todos os dias, todas as noites.
Escolher sempre,
sempre igual.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Onírico
Talvez nem tão certo...
Ou nem tão errado...
Um destino semi afável que nos envolve,
Nos encobre, ora lama, ora flores.
Dívidas inexistentes de cabeças pequenas.
Velhos sonhos largados para trás...
Velhas crianças que brincavam de carrinhos,
Senhoras que tricotavam e embalavam-se em cadeiras de balanço.
E você se depara com a realidade de que uma vida são muitas vidas vividas.
E muitas delas duram muito pouco tempo para apenas uma.
Então se vão os avós e os amiguinhos da rua...
O cão e o gato...
E por fim se vamos nós, para que fiquem os filhos e netos de um sonho "realidade" que é mais onírico que o próprio onírico um dia conheceu.
Muitas vidas (certas e erradas), bem e mal vividas, em uma vida só. Nosso precioso tempo que com o tempo faz não valer o dinheiro que o compra.
E a ironia letal:
"Hoje, onde se vive mais, é onde morremos todos os dias"
Estrelinhas II
E como o sol, a verdade nascia e brilhava, desaparecendo com a escuridão da ignorância, da falta de conhecimento, da falta de entendimento, onde, sem enxergar, confiaríamos apenas em nós mesmos. As crianças saíam de suas casas seguras por aquela luz, e brincavam aquecidas por ela. Admiravam-na até o último momento e desviavam os olhares dela quando ela atingia seu ápice do meio-dia. Tão bela que constrangia. Tão verdadeira e forte que podia nos deixar cegos. A estrela-guia de nossas vidas, que iluminava todos os caminhos. Luz e energia.
E se alguém lhe desse as costas, veria apenas sua própria sombra. E um ser pequeno mais abaixo agradeceria pela sombra, refresco da vida, descanso da incandescente luz. A sombra que lhe permitiria enxergar mais para o além, não ferindo seus olhos, nem perturbando a visão.
E se esse ser desse as costas e essa sombra, creria que ela iria continuar dando essa sensação de bem estar, encobrindo-o.
Para agüentar a luz intensa da verdade, deve-se estar preparado para vê-la brilhar no nosso céu todos os dias.
E acreditar que pode-se viver apenas de escuridão é acreditar que não existe nada mais além que faça a sombra querida se materializar no chão.
terça-feira, 4 de maio de 2010
Fluídos de Uma Mente Inspirada
Não é para os amantes os dias sombrios,
nem as plumas da noite que o elevam,
há os dias guardados de solidão e amor
que se reserva debaixo da cama onde é
sempre dia, onde há campos floridos debaixo
do vestido daquelas que o entram.
Não há sossego para os que tentam
entender seus corações de assombro e
rebeldia, onde seu mundo de sedução
os mantém preso entre sorrisos, dinheiro
e luxúria, pronunciando a mentira
dos lábios beijados na sua própria boca.
A sua única verdade vivida, é a mentirosa
que possui sua mente, seus dias ocos pelas ruas
ouvindo seu silêncio, tentando esquecer o passado
os fantasmas do coração, os sentimentos que assombram
seus dias pairando folhas onde rabisco lágrima,
sorrisos, abraços deixados para trás, enfeito letras
mudando a paisagem de um papel que é oco, vazio
e assombrosamente branco de tanta verdade, porém
fantasioso, nela faço o meu mundo.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Sobre Quedas...
E eu sei. Sim! Doerá.
E que nos estedam muitas mãos.
E tornaremos a levantar.
E um dia: que aprendamos a fazê-lo,
Para que possamos nós mesmos levantar.
E por Deus: que voltemos a cair
Para a cada queda levantar,
Obtendo o ganho da experiência
E nossa arrogância afastar.
Até que um dia, enfim:
Que caiamos de vez.
Ou caiamos jamais.
Por: Robson Rogers
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Dimensões do Tempo
A compreensão que falta busquem no hoje e não no amanhã...
Único caminho a se seguir.
E enquanto fantasmas tentam lhes assombrar, lembrem-os a que vieram...
Esqueçam-se das noites de impiedade, que já os torturam a razão.
O que conhecemos por vida é apenas um resquício de tempo no universo.
Cheio de Vidas.
Fragmentos de existências escondidas.
No hoje que lhes parece brando, e adoça...
E, acreditem, tratam-se apenas de alucinações.
Pois só se conhece o presente, escuta-se sobre um passado, e jamais se vê o futuro além da nossa própria imaginação.
A música que escutamos.
Uma vida que vivemos.
E nossas imaginações...
Pois no fundo, talvez, não se trate de buscar por compreensões...
Talvez não como uma escolha, mas como um destino natural.
Mais cedo ou mais tarde, sem que sobrevivam as excessões...
E se nascemos para vivenciar as diferentes compreensões...
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Sobre Velhos
Ao longo dos últimos dias muito tenho pensado sobre isso. Fui recusado numa entrevista de emprego salvadora, assim como comecei a namorar, reescrever um livro inacabado e mesmo romper cordões umbilicais decisivos em diversos campos da minha vida, seja ela espiritual ou profana. E sempre que a Torre desmorona, encontramos diamantes em meio ao carvão. Assim eu pergunto novamente, o que se encontra ao fim do caminho? Um céu, um pote de ouro, as moedas douradas deitadas sobre os olhos de um morto, o frio do Hades ou um letreiro no melhor estilo de Banco Imobiliário dizendo ‘Volte e tente outra vez’?
Como qualquer homem, tenho professores e irmãos – e mesmo que os irmãos sejam mais brandos que os professores, ambos são importantes para meu aprendizado, e posteriores pegadas na estrada. Eu os amo da mesma forma que os odeio, pois me amaldiçoam da mesma forma que posso ser abençoado por eles. Um deles é o Tempo. Não sei se professor ou irmão, talvez ambos. Mas o tempo tem me mostrado muitas coisas.
Uma delas, é que tudo sempre terá mais de um nome. O que para uns é sabedoria, para outros é egoísmo; o que para uns é felicidade, para outros é martírio. Assim como uma mesma noite pode ser quente para alguns e fria para outros, mesmo que a lua seja uma só. E é por isso que o tempo me ensina a aceitar e não discutir – assumindo que isso não é passividade, mas respeito. Pois o Tempo é um senhor velho, e nada melhor que um homem idoso para nos ensinar sobre o respeito. Respeito, esse, que quando não de covardia, é chamado de ignorância pelos que não aprenderam nossas lições. Nossas lições, pois a vida tem muitas lições, e uma só vida não é suficiente para aprender todas elas.
E eu me baseio por essas – as que meus irmãos e professores tem me ensinado. Entre eles, o Tempo. Mesmo que transforme isso tudo em pó. Ainda pó, pior se não fosse sequer um cristal um dia.
“Mesmo que um clima de “novo tempo” pairasse sobre aquela Roma, algumas pessoas ainda se preocupavam com as tradições, e isso fizera com que um choque de pensamento acompanhasse aquela geração. Os novos tempos eram evidentes, o que variava era a maneira de como aqueles homens e mulheres lidavam com isso. Mesmo que os cristãos – e os pensamentos que os acompanhavam – fossem reprimidos e a chama dos deuses Antigos reacendida, o espírito de um Sol nascente depois de uma noite fria já estava enraizado naquele momento. E isso fazia com que, justamente, alguns desses mesmos homens e mulheres quisessem aplaudir os novos dias, enquanto outros, apenas lamentar a noite que se deitava.”
(Sob o Sol já Deitado, Capítulo XI).
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Uns dos Pontos da Questão
Palavras que se completam em minutos. Seria tão compreensível assim nossos olhares cruzados ou nossas mãos idênticas entrelaçadas?
Pontos de interrogação aqui e ali; flutuantes e usufruintes de sua própria levesa artificial. Pontos pesam mais do que se imagina; meus caros! Pontos pesam! Mas se pesam; porque somente os "nossos" é que flutuam?
Uma mão estendida é uma mão que se abre à possibilidades inúmeras. Uma mão que se fecha é uma mão que segura aquilo que não a pertence. Pois uma vez a própria mão não pertencendo a si própria; o que a poderia pertencer?
Pontos; pontos; pontos! E eu me pergunto: onde andarão as vírgulas? Seriam elas mais flexiveis e gentis que os pontos?
Aquilo que respiro me é suficiente para garantir o desejo irrefutável de renovação física; mental e espiritual; pelo qual meu corpo e alma carecem.
E por favor; não temamos o desconhecido; pois nada se perde em sua longa estrada semiobscura. É como a lei da física: Tudo se trasnforma.
E eu acrescentaria: Se transforma para que haja sempre uma forma de se auto eternizar.
"A Life Lived in Fear is a Life Half Lived"
Para Não Dizer Que Não falei Das Lebres
dias que parece que nada me pertence
Não tenho tempo de sentir, sonhar
e até meus pensamentos parecem sem tempo para fluir.
Quem me condenaria por desejar apenas fazer nada
Se esse nada coordena o caos que nesse momento reside em mim
Meu tempo não se resume mais a possibilidade de encontrar
A noite não é mais um mistério obscuro
Tornou-se uma parte
Insondável de mim mesmo
Minha limitação sou eu mesmo.
Hoje pela manhã não me importa mais
Se alguém ganha ou perde
Percebi que é difícil tomar uma atitude
e ainda mais difícil deixar de tomá-la.
Hoje redescobri que dizer ‘meu amigo’ é uma vitória
E que amar é mais que um encantamento
É uma habilidade filosófica
Hoje eu quebrei meu espelho e vi estilhaços em mil formas
As mil formas que me representam
As mil formas que habitam minha alma
Quem sou eu de verdade?
A pergunta não é essa...
Porque não tenho que escolher um ‘Eu’
Eu gosto da dor que sinto ao respirar
Gosto de quando não respiro...quando não dói mais
Sinto as marcas de todos os resíduos,
Do meu cheiro que teima em não ficar em nada
Me fazendo crer que sumi
Até teu gosto não me vem mais a boca
Perdi a sensação da falta de teu toque
Estou dormente?
Minha pele tem vida?
Olho novamente
Nos estilhaços do espelho vejo meu corpo
Levo a mão ao peito e imagino como me vêem
Que cara poderia ter hoje?
Como definir meus próprios detalhes?
Um piscar de olhos e o dimmer diminui a luz com suavidade
Estou próximo a palavra ideal,
Daquele olhar que faz minha alma cantar
Saio do meu reflexo
Estou vazio...ainda...
Por: Yuri Pospichil